NÃO HAVERÁ RETROCESSO NA IGREJA E NARCOTRÁFICO É A “GUERRA” DA AMÉRICA DO SUL, DIZ CARDEAL DA CNBB

Por Redação 26/04/2025 20:22 • Atualizado Há 3 dias
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O cardeal-arcebispo de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Dom Jaime Spengler, afirmou que o futuro da Igreja Católica não sofrerá retrocessos e destacou o narcotráfico como a maior guerra enfrentada atualmente na América do Sul. A declaração foi feita em entrevista recente, durante sua estadia em Roma para participar do conclave que escolherá o sucessor do Papa Francisco.

Dom Jaime, que também preside o Conselho Episcopal Latino-Americano e Caribenho (Celam), ressaltou que a Igreja passa por profundas mudanças no que diz respeito à governança, à prestação de contas e à transparência, temas discutidos no Sínodo dos Bispos de 2024. Segundo ele, a descentralização e a corresponsabilidade entre as comunidades locais e a hierarquia são princípios que devem nortear o futuro da instituição.

Sobre o acolhimento a divorciados, pessoas LGBT e migrantes, Dom Jaime reforçou que a Igreja, seguindo o exemplo de Jesus, continuará a prática da acolhida. Ele alertou que rejeitar refugiados, como haitianos, venezuelanos e nicaraguenses, não condiz com os princípios cristãos, citando passagens do Evangelho como referência.

Questionado sobre o impacto do Sínodo na escolha do novo papa, Dom Jaime afirmou que as reformas iniciadas por Francisco devem prosseguir. “Um retrocesso seria impensável”, disse ele, destacando que o processo sinodal ainda está em andamento e prevê avaliações futuras até 2028.

O cardeal também manifestou preocupação com a violência e o medo gerados pelo narcotráfico, especialmente nas pequenas cidades da América Latina. Segundo ele, a questão já ultrapassou a fronteira das periferias e está inserida no tecido social de diversos países da região. Ele ainda criticou a falta de vontade política para combater o problema e alertou para a infiltração das “forças obscuras” na política e no Judiciário.

Por fim, Dom Jaime falou sobre o desafio de transmitir a mensagem cristã em um mundo dominado pelas redes sociais, pela inteligência artificial e por uma juventude com novas dinâmicas de pensamento. Para ele, o futuro da Igreja dependerá da fidelidade ao Evangelho e da capacidade de dialogar com as novas gerações utilizando metodologias atualizadas.

Dom Jaime, que também integra o grupo dos sete brasileiros que votarão no conclave, destacou que o caminho da Igreja é caminhar junto com o povo, mantendo firme a missão de evangelizar em tempos de grandes mudanças sociais e culturais.

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