A ministra do Meio Ambiente e da Mudança do Clima, Marina Silva, reafirmou nesta quarta-feira (12) seu apoio à carta da presidência da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30). O documento, assinado pelo embaixador André Corrêa do Lago, propõe que o Brasil se comprometa a se distanciar do uso de combustíveis fósseis.
Durante sua participação na 5ª Conferência Estadual do Meio Ambiente, realizada na Universidade de São Paulo (USP), Marina Silva destacou que o compromisso do país com essa transição ficou subentendido na carta e será detalhado em um segundo documento. Segundo a ministra, a carta inicial tem como principal objetivo fortalecer o multilateralismo, promovendo a cooperação internacional para enfrentar as mudanças climáticas.
A falta de uma ênfase mais direta na renúncia aos combustíveis fósseis gerou críticas de organizações ambientais, que argumentam que a redução das emissões geradas por essas fontes de energia é essencial para cumprir as metas globais de combate às mudanças climáticas. Para esses grupos, o Brasil deveria assumir uma postura mais firme sobre o tema, especialmente por sediar a COP30.
Marina Silva ressaltou que a transição energética está alinhada com as decisões tomadas na COP28, realizada em Dubai, onde se estabeleceu a necessidade de triplicar a geração de energia renovável e dobrar a eficiência energética. “Se a gente vir a linguagem diplomática, a questão dos combustíveis fósseis está ali colocada. Quando você fala que tem que fazer a transição energética, vai transitar para onde? De fóssil para renovável”, explicou.
A ministra também destacou que o Brasil dispõe de alternativas viáveis aos combustíveis fósseis, como o hidrogênio verde, que pode desempenhar um papel central na nova matriz energética do país. Além dos benefícios ambientais, Marina Silva acredita que a adoção de tecnologias limpas pode impulsionar a economia e gerar novos empregos.
Apesar das críticas de entidades ambientais, a expectativa é que o governo reforce seu compromisso com políticas efetivas que garantam a redução das emissões e promovam o desenvolvimento sustentável.
