QUEM É FREI CHICO, IRMÃO DE LULA E DIRIGENTE SINDICAL LIGADO A ENTIDADE INVESTIGADA PELA PF

Por Redação 25/04/2025 05:00 • Atualizado Há 5 dias
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José Ferreira da Silva, mais conhecido como Frei Chico, é sindicalista, tem 83 anos e é irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Atualmente, ele ocupa o cargo de vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), entidade que foi alvo de uma operação da Polícia Federal nesta semana.

A ação da PF, batizada de Operação Sem Custo, investiga um esquema de descontos indevidos em remunerações de aposentados e pensionistas do INSS. Embora Frei Chico esteja na gestão do sindicato, ele não é alvo direto das investigações. Em entrevista ao Estadão, ele afirmou estar tranquilo diante da operação. Em nota, o Sindnapi declarou que a proteção dos direitos dos aposentados é uma de suas prioridades.

Nascido em Pernambuco e radicado em São Caetano do Sul (SP), Frei Chico teve papel decisivo na trajetória de Lula no movimento sindical, introduzindo o irmão ao ambiente sindicalista em meados da década de 1960, quando ambos atuavam no ABC Paulista. O apelido “Frei” foi dado por Maurício Soares, ex-prefeito de São Bernardo do Campo, em referência à calvície de José Ferreira.

Com passagem pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), Frei Chico foi preso em 1975 durante a ditadura militar, período em que o PCB era alvo de forte repressão. Lula, à época, participava de um congresso sindical no Japão. Apesar da ligação familiar e ideológica, Frei Chico não apoiou Lula no primeiro turno da eleição presidencial de 1989, tendo declarado voto na chapa de Roberto Freire. Ele só apoiou o irmão no segundo turno, quando Lula foi derrotado por Fernando Collor.

Mesmo com longa atuação política, hoje não está filiado a nenhum partido político.

Em 2019, Frei Chico foi denunciado no âmbito da Operação Lava Jato por supostamente ter recebido R$ 1,1 milhão da Odebrecht (hoje Novonor) entre 2003 e 2015. Segundo o MPF, os pagamentos começaram por serviços de interlocução sindical, mas teriam continuado mesmo após o encerramento do vínculo. A ação, no entanto, foi rejeitada pelo juiz federal Ali Mazloum, que afirmou não haver provas de que Lula soubesse dos pagamentos nem que eles estivessem ligados ao cargo do ex-presidente.

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