A Polícia Federal deflagrou nesta quarta-feira (23/4) a Operação Sem Desconto, uma megaoperação que investiga um esquema de cobranças associativas indevidas em aposentadorias e pensões de beneficiários do INSS. Com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU), estão sendo cumpridos 211 mandados de busca e apreensão e 6 de prisão em 13 estados e no Distrito Federal.
Segundo a PF, as irregularidades ocorreram entre 2019 e 2024, e o valor total dos descontos não autorizados soma R$ 6,3 bilhões. O golpe envolvia entidades conveniadas ao INSS que cobravam mensalidades diretamente na folha de pagamento dos aposentados, sob o pretexto de oferecer benefícios como plano de saúde, seguro e auxílio-funeral — mesmo sem autorização dos pensionistas.
As investigações apontam que operadores, servidores públicos e membros de entidades estão entre os investigados. Eles poderão responder por corrupção ativa e passiva, organização criminosa, violação de sigilo funcional, falsificação de documentos e lavagem de dinheiro.
De acordo com denúncias, o esquema teve início durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), com a assinatura de convênios com essas entidades. No atual governo Lula (PT), a prática continuou até ser denunciada pela imprensa. Após as revelações, o então diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis, foi exonerado.
A operação mobiliza cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU, com ações em Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe e DF.
